"Me dispensaram porque eu era pé frio, não tinha sido campeão nos quatro anos que passei no Bahia. O Vitória me acolheu de braços abert...
Desta forma, o zagueiro Alison, ainda no campo do Estádio Manoel Barradas, assediado pela imprensa esportiva, que o elegeu o melhor jogador do Vitória no clássico, respondeu ao repórter Renato Lawigne, da Rádio Metrópole-FM, sem conseguir segurar a emoção e as lágrimas, admitindo que este clássico entra na história da sua vida de jogador profissional de futebol.
“Fui o único jogador a subir com o time em dois acessos, na Série B e Série C, e não levaram em consideração. Saí sem explicações que justificassem minha saída do Fazendão. Um momento muito difícil para minha vida, por que não é simples conquistar o apoio e a confiança de uma torcida que você enfrentou como rival por quatro anos seguidos. Mas venci”, completou o zagueiro Alison.
O Vitória fez uma péssima partida. Jogadores como os zagueiros Reniê e o lateral-esquerdo Eduardo Neto estiveram muito abaixo do futebol esperado pelo técnico Antônio Lopes, que ainda enfrentou problemas com a contusão e substituição do lateral-direito Nino Paraíba, e do meia Mineiro.
Da zaga, dos titulares, ficou apenas o zagueiro Alison, que com uma garra incrível, e futebol de ídolo, ostentou a faixa de capitão do time que eliminou o rival tricolor das finais do Campeonato Baiano.
Disse aos companheiros, à imprensa, antes da bola rolar no Barradão, que daria o seu melhor para eliminar o Bahia, mas que não tinha intenção de falar do passado. Mas o reconhecimento do seu futebol, os aplausos da torcida, os elogios mexeram com o ânimo de Alison, que não conseguiu segurar as lágrimas na festa rubro-negra de ontem à noite no Estádio do Barradão.
“Mas foi penas uma fase. Agora vamos ao título porque toda essa festa perde o sentido se não chegarmos ao penta, o meu primeiro título de campeão baiano”, completou o zagueiro.
Cautela de Lopes revela preocupação do Vitória
O clima na Toca do Leão era de conquista do título, mas o experiente técnico Antônio Lopes, de 69 anos, com palavras medidas, e críticas ao comportamento do time, ficou à parte da festa rubro-negra, demonstrando sua preocupação com relação à formação do time que decide o título do Campeonato Baiano.
Antônio Lopes criticou a postura do time no clássico, mas ressaltou que os dois gols no início do primeiro e segundo tempos ditaram o ritmo frenético do Ba-Vi: "Tomamos dois gols que desequilibraram o time.
Mas felizmente prevaleceu a vontade, a raça dos nossos jogadores", disse o técnico do Vitória.
A cautela e a preocupação do treinador não foi acompanhada pelo diretor de Futebol do Vitória, Carlos Alberto Silveira, que aproveitou o resultado do clássico para provocar o tradicional rival, numa rivalidade acirrada desde o clássico de 20 de fevereiro, na derrota de 2 a 0, no Barradão.
"São dez anos sem ganhar nada, não é mole não. Dá até pena, mas é bom para eles aprenderam que é preciso trabalhar mais e deixar o Vitória de lado, em paz".
O Vitória acerta hoje a renovação de contratado do meia Uellinton, que finalmente chegou a um acordo com o clube.
Além disso, depois de quatro meses de recuperação de uma grave lesão muscular, o meia Neto Coruja volta a trabalhar normalmente com o grupo. Os dirigentes anunciam nas próximas horas a contratação de quatro reforços, entre eles, o goleiro Fernando, ex-Bahia, e o meia Xuxa, ambos do Mirassol, de São Paulo.
Por: Tribuna da Bahia


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