Acabou o período de mais de uma década marcado por derrotas doídas e eliminações vexatórias. As disputas políticas devem continuar. Mas ...
Acabou o período de mais de uma década marcado por derrotas doídas e
eliminações vexatórias. As disputas políticas devem continuar. Mas o
alviverde imponente ressurgiu e voltou a ser campeão da Copa do Brasil.
Não teve grandes jogadas, dribles ou lances bonitos, mas teve o lance
decisivo que começou numa falta cobrada por Marcos Assunção. Título com a
cara deste Palmeiras.
Com uma boa marcação e organização tática, a equipe segurou o Coritiba e
seu 'Green Hell' e precisou de uma bola parada para empatar por 1 a 1
no Couto Pereira, placar suficiente para levantar a taça após o triunfo
por 2 a 0, na semana passada, na Arena Barueri.
Se os palmeirenses se acostumaram com a chacota dos rivais no últimos
anos, agora podem se gabar. Nada do estrelado Santos ou do Corinthians,
novo dono da América. O Verdão tem a soberania nacional com dez
conquistas, contra nove do alvinegro praiano. São oito Brasileiros
reconhecidos pela CBF, mais duas Copas do Brasil.
A vitória ainda representa a redenção de Felipão, que em dois anos de
comando passou de ídolo a treinador questionado por seu
'custo-benefício' e até 'desatualização'. Mas o técnico mudou nesse
processo de reconstrução. Deixou os conturbados bastidores de lado, se
concentrou no time e pode ostentar o status que o acompanhou em toda a
sua carreira: copeiro. São quatro Copas do Brasil no currículo, número
de fazer inveja a muitos clubes.
Mais que a redenção de um técnico, o time celebra a redenção de um
clube. Um clube que vai ocupar as manchetes pelas glórias de heróis como
Marcos Assunção, Henrique e Betinho, e não pelas polêmicas e pataquadas
de seus Mustafás, Avalones e Belluzzos.
Não faltam motivos para comemorar. O Verdão volta a conquistar um
título de elite desde o Paulista de 2008 e de expressão nacional desde a
Copa dos Campeões de 2000. Também é o único campeão invicto do torneio
desde o Cruzeiro de 2003 e tem a tranquilidade de ter vaga garantida na
Libertadores de 2013.
Ao Coritiba, resta tentar sorte maior no Campeonato Brasileiro após
duas finais frustrantes seguidas na Copa do Brasil - o time paranaense
foi vice também em 2011, quando acabou derrotado pelo Vasco.
O jogo começou envolto em uma grande festa. O Coritiba promoveu o
famoso 'Green Hell', uma festa eletrônica, com luzes, telão e gelo seco
para receber o time, já que a polícia proibiu a entrada de fogos de
artifício e sinalizadores.
Mas, cascudo, o Palmeiras nem se importou com a intimidação e nem com
os vários desfalques: Hernán Barcos, operado de apendicite, Luan, com
estiramento na coxa, Adalberto Román, com dores musculares, e Valdivia,
suspenso.
A equipe se mostrou muito mais organizada do que no primeiro tempo do
jogo na Arena Barueri, em que tomou um sufoco. Bem defensivamente,
Henrique, Thiago Heleno e Mauricio Ramos davam a confiança que a torcida
precisava.
Ciente de suas próprias limitações, o Palmeiras fazia um jogo mais
planejado que o Coxa e em pouco tempo conseguiu talvez a façanha mais
difícil: calar a festa no Couto Pereira. O Verdão jogou fechado,
procurou valorizar a posse de bola e ainda chegou com perigo em algumas
oportunidades.
Henrique saía para o jogo e se revezava com Assunção na função de
primeiro volante, enquanto João Vitor aparecia pela direita. Apesar de
estar melhor no jogo, a equipe pecava por não aproveitar os
contra-ataques e tinha problemas em seu setor esquerdo de marcação.
A equipe da casa, no entanto, não explorava o ponto fraco do rival e
concentrou seu jogo no meio de campo facilitando a marcação para os
paulistas. O time da casa errou muitos passes e só se empolgou com um
vacilo de Thiago Heleno, que perdeu a disputa para Everton Costa.
Rafinha ficou com a bola e chutou com efeito tirando tinta da trave.
O segundo tempo mostrou um Palmeiras mais preocupado com o relógio que
com a bola. O título parecia questão de tempo para os jogadores, mas
ainda faltavam 45 minutos. A equipe recuou demais, ainda mais quando
Felipão colocou Luan para marcar.
O Coxa cresceu e teve a visão de seu técnico que colocou Ayrton e
Lincoln nos lugares de Jonas e Sérgio Manoel, respectivamente. E foi
justamente dos pés do lateral direito que saiu o primeiro gol do jogo. A
torcida se empolgou e o filme das derrotas improváveis e doídas voltou a
preocupar os palmeirenses. Mas este ano é diferente.
Quatro minutos depois, lá estava Marcos Assunção. Pode ser chamado de
'kicker', de velho e de não conseguir ajudar a marcação. Mas é inegável
seu poder de decisão. Mais uma vez cobrou falta com primor e fez a bola
encontrar seu companheiro, desta vez Betinho, para marcar. O Coxa
precisava fazer mais três gols e já não tinha forças. Ainda houve tempo
para Pereira ser expulso nos acréscimos e para o Palmeiras, enfim, ser
campeão.
FICHA TÉCNICA
CORITIBA 1 X 1 PALMEIRAS
CORITIBA 1 X 1 PALMEIRAS
Local: Estádio Major Antônio Couto Pereira, em Curitiba (PR)
Data: 11 de junho de 2012, quarta-feira
Horário: 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Sandro Ricci
Assistentes: Carlos Berkenbrock e Alessandro Matos.
Cartões amarelos: Rafinha, Lincoln e Pereira (Coritiba) e Juninho, João Vitor, Marcos Assunção e Henrique (Palmeiras)
Cartão vermelho: Pereira (Coritiba)
Data: 11 de junho de 2012, quarta-feira
Horário: 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Sandro Ricci
Assistentes: Carlos Berkenbrock e Alessandro Matos.
Cartões amarelos: Rafinha, Lincoln e Pereira (Coritiba) e Juninho, João Vitor, Marcos Assunção e Henrique (Palmeiras)
Cartão vermelho: Pereira (Coritiba)
Gols: Ayrton (Coritiba), aos 16 minutos do segundo tempo; Betinho (Palmeiras), aos 20 da etapa final.
CORITIBA: Vanderlei; Jonas (Ayrton), Pereira, Demerson e Lucas Mendes; Willian, Sergio Manoel (Lincoln), Roberto (Anderson Aquino), Everton Ribeiro e Rafinha; Everton Costa
Técnico: Marcelo Oliveira
PALMEIRAS: Bruno; Artur, Maurício Ramos, Thiago Heleno (Leandro Amaro) e Juninho; Henrique, Marcos Assunção, João Vitor (Márcio Araújo) e Daniel Carvalho (Luan); Mazinho e Betinho
Técnico: Luiz Felipe Scolari
Técnico: Luiz Felipe Scolari
Com informações: Uolesportes



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