A torcida do Bahia explodiu, com razão, após a venda do meia Gabriel para o Flamengo, na quinta-feira. Afinal, os torcedores viram ir emb...
A torcida do Bahia explodiu, com razão, após a venda do meia Gabriel para o Flamengo, na quinta-feira. Afinal, os torcedores viram ir embora a maior revelação do clube desde Daniel Alves, apenas seis meses depois de ele explodir e ser uma das revelações do último Campeonato Brasileiro. Ficou a nítida sensação de que ele deveria ficar no Tricolor por pelo menos mais um ano.
A questão posta é que hoje ainda é muito difícil o Bahia resistir aos cerca de seis milhões de reais da oferta dos empresários que compraram os direitos do jogador e o repassaram ao Flamengo. Concordo que é muito difícil exigir que a torcida pense de forma racional assim. Mas há um processo de "espanholização" do futebol brasileiro, distanciando de forma exponencial os clubes super-ricos, dos bem ricos, dos ricos, dos de "classe média" e ainda mais dos pobres. E o Bahia e outros clubes do Nordeste sofrem atualmente com uma receita muito abaixo da de vários clubes do Brasil. Mas isso pode estar começando a mudar.
A uma semana do início da Copa do Nordeste, os clubes do Nordeste devem encarar a competição como mais do que um troféu a ser conquistado. É a chance de os clubes da região diminuírem essa distância para os clubes mais ricos do país. O potencial de receita e relevância da Copa do Nordeste é muito maior que o dos estaduais (que continuam tendo a importância, já que classificam para o Nordestão do ano seguinte). Com o espaço no calendário da CBF pelos próximos dez anos, a Copa do Nordeste tem a condição gerar milhões de reais a serem divididos pelos clubes, algo que nenhuma outra região do país terá (pelo menos no curto prazo). Uma independência.
O fortalecimento financeiro dos clubes de São Paulo e do Rio de Janeiro, principalmente, fez com que eles hoje possam negar propostas do futebol europeu, algo impensável há uns cinco anos. Quando vendem, o fazem por muito mais dinheiro do que faziam no passado, vide o que o São Paulo acabou de fazer com o Lucas. O sucesso financeiro da Copa do Nordeste vai gerar um fenômeno parecido nos clubes nordestinos. Não vai ser qualquer proposta, seja dos lugares mais ricos do país ou do exterior, que vai tirar as revelações do futebol nordestino. É questão de tempo. Eu acredito.
FLAMENGO - A contração de Gabriel pelo Flamengo é muito boa. O jogador fez um ótimo Brasileirão e pode resolver um problema de composição do meio-campo, principalmente na puxada do time à frente. Só uma questão: vejo Gabriel como uma aposta. Ele tem sete, oito meses de futebol em alto nível. Não é a realidade que muita gente tem considerado. Vai para um clube novo, em uma cidade bem diferente, com uma exposição bem maior. É preciso ver como ele vai reagir.
Fonte: http://br.esporteinterativo.yahoo.com
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