Na tarde desta quinta-feira, o Itaporã Futebol Clube abandonou a Série D do Campeonato Brasileiro.
Na tarde desta quinta-feira, o Itaporã Futebol Clube abandonou a Série D do Campeonato Brasileiro. E não foi por causa dos resultados, bons até o momento. Sem recursos financeiros para pagar o salário dos atletas e com dificuldades inclusive para mantê-los, a diretoria do clube achou melhor abrir mão da sequência da competição, mesmo faltando apenas três semanas para terminar essa primeira fase, isso para não piorar ainda mais a situação do time. Sem receber, jogadores e parte da Comissão Técnica já haviam deixado a cidade nesta quarta-feira e agora, Dione Lima, presidente, protocolou na CBF a saída do campeonato.
A situação crítica do Itaporã já se arrastava há algumas semanas, mas a diretoria, em parceria com a Soccer Union, parceira do clube, ainda buscava uma solução para o caso em encontros com empresários da cidade e com o poder público, sem sucesso final, apenas a ajuda de alguns torcedores era o que se tinha concreto. Assim, após a derrota para o Estrela do Norte-ES na última rodada por 3 a 1, resultado que ainda manteve o time na briga por uma das vagas na próxima fase, os primeiros jogadores começaram pedir desligamento.
Os primeiros foram o volante Buru e o atacante Tiaguinho, que se transferiram para o Oeste de Itápolis-SP. Por contusão, o atacante Fágner Lins e o meia Alex Cruz também não poderiam mais ser aproveitados. Mesmo assim, o técnico Denilson Rafaine tinha esperança de enfrentar o Villa Nova-MG no domingo com um time competitivo, mas, também sem receber e após reunião com a diretoria, entregou o cargo, sendo seguido depois pelos atletas.
Sem time e sem ter como resolver a questão, só restou ao presidente aceitar o fato de que continuar seria inviável. "Logo após o almoço protocolamos nossa desistência na CBF. Infelizmente não tínhamos como continuar depois de tudo". Agora, o Itaporã deve ser julgado pelo STJD pela atitude tomada, mas, de imediato, o clube está fora de qualquer competição nacional pelos próximos dois anos. "É uma pena pela bela campanha que vínhamos fazendo graças ao trabalho da Comissão Técnica e dos jogadores, mas foi a única saída", lamentou.
Para os jogadores, a desistência ficou evidente ainda no início da semana. Nesta quarta, vários deles se despediram do clube em mensagens nas páginas pessoais do Facebook. Foram os casos do goleiro Roger Paranhos, e dos meias Uélison Santana e Alex Cruz. Em comum, o agradecimento aos companheiros, aos torcedores e um pedido de desculpas por não ter mais como suportar a situação. "Espero dias melhores no futebol de Mato Grosso do Sul", postou Roger.
GRUPO A5
Sem o Itaporã, resta saber agora como fica a situação da chave no Brasileiro, que ainda tem o Brasiliense-DF, Anapolina-GO, Estrela do Norte-ES e Villa Nova-MG. De acordo com CBJD, artigo 66 da Lei Geral da CBF, como restam apenas três rodadas para terminar a fase, o Itaporã deverá ser declarado perdedor (W.O.) nestas partidas, permanecendo os resultados anteriores.
Assim, se não houver um entendimento diferente por parte do STJD, o Brasiliense segue líder com 12 pontos, seguido pelo Estrela com dez, a Anapolina com seis e o Villa Nova com apenas dois. O Itaporã estava na terceira posição com sete pontos e chances até então reais de classificação, apesar de todos os problemas.
LEI GERAL DA CBF
Art 66.
§ 1º - Se o abandono ocorrer apenas nas três últimas rodadas, as partidas correspondentes serão consideradas perdidas, à semelhança dos casos de não comparecimento do clube a campo, prevalecendo os demais resultados.
§ 1º - Se o abandono ocorrer apenas nas três últimas rodadas, as partidas correspondentes serão consideradas perdidas, à semelhança dos casos de não comparecimento do clube a campo, prevalecendo os demais resultados.
Com Do Interior
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