Pelo visto os sete anos que o Bahia passou nas divisões inferiores do futebol brasileiro de nada serviram para que o clube aprendesse a fórm...
Pelo visto os sete anos que o Bahia passou nas divisões inferiores do futebol brasileiro de nada serviram para que o clube aprendesse a fórmula de estar entre os maiores do Brasil. O risco cada vez mais real de o time voltar para a Segunda Divisão vem preocupando torcedores ilustres e anônimos. A pífia campanha do tricolor e seu ingresso na zona de rebaixamento, como 17º colocado, provocaram uma série de reações e protestos dos tricolores, que exigem reação imediata na tentativa de evitar o pior.
"Sei que minha opinião não vale nada ou quase nada, mas tenho dito aqui há muito tempo e nem adianta mais falar. Pra que? O problema não é técnico. Está aí o Joel Santana, retadão, porretão, sardinha, picolé, sei lá o que é. Pois ele está aí. E o que aconteceu? Nada. Enquanto não mudar a diretoria, enquanto não for introduzida lá a democracia, não vai para lugar nenhum".
Desta forma, em tom de desabafo, o radialista Mario Kertész, âncora da Rádio Metrópole FM, abriu o “Rosário” de lamentações, de reclamações da torcida tricolor nas primeiras horas da manhã de ontem contra a atual situação do Bahia na disputa da Série A do Campeonato Brasileiro. Fazendo coro com Kertész, os protestos vieram de todos os lados e de todas as formas, principalmente nas redes sociais, através do Twitter, Facebook e Orkut.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima não se fez de rogado e disparou críticas. “Esse Carlos Alberto é enganador. O time (está) tão ruim que todo juiz passa a mão no traseiro do Bahia”. Em resposta, pelo próprio Twitter, o presidente do clube, Marcelo Guimarães Filho, que é do mesmo partido que Geddel, o PMDB, tentou se justificar. “Ele (Joel) precisa ter tempo para trabalhar. Garanto muito trabalho para estarmos entre os melhores. Coloquei o time na Série A e aqui ele vai ficar! As críticas construtivas eu agradeço. Investi e vou continuar investindo!”, disse.
O Diretor de Redação desta Tribuna, Paulo Roberto Sampaio, também se pronunciou sobre a crise do tricolor. “O Bahia, como tenho dito reiteradas vezes, é a imagem de sua direção. Segue um modelo ultrapassado, não se renova e nem aceita críticas. O time é fraco, o presidente é esforçado, mas ao entregar a formação do grupo a Angioni e se submeter aos seus caprichos, está levando o Bahia de volta à segundona.
Errou ao mandar Jael embora entregando o campeonato baiano ao Vitória, errou ao trazer e, principalmente, mandar embora Jóbson. Desde que ele saiu o Bahia não ganhou mais um jogo ou ganhou, do Fla, graças a um flatulência de um dos seus jogadores, que o sr. Luxemburgo quis punir e o grupo se revoltou e fez a ‘cagada’ coletiva em campo”, desabafou.
Protesto só pela internet
Adepta da contemporaneidade, a torcida do Bahia se movimentou nas redes sociais para convocar um protesto pacífico no desembarque da delegação, ontem, no aeroporto de Salvador. Desde cedo, o perfil do Twitter da Torcida Bamor, maior organizada do clube, foi utilizado para fazer o chamamento: “Torcedor! Venha ao aeroporto. Venha cobrar atitude de vencedor do time do Bahia. Vamos cobrar pacificamente. Eles vão e nós ficamos”.
Entretanto, quase ninguém compareceu ao saguão de desembarque. A reportagem da Tribuna da Bahia esteve no aeroporto e pôde contar na ponta dos dedos a quantidade de torcedores que esteve no local, apenas sete. Informações dão conta que o clima esquentou de verdade dentro do próprio avião, quando alguns torcedores foram questionar o grupo. De acordo com a Bamor, ao ser questionado porque o Bahia está nesta situação, atacante Júnior disse: pergunte a Marcelo Guimarães Filho.Já o meia Carlos Alberto preferiu chamar os viajantes de "palhaços".
Apesar de não correr riscos de nenhum protesto raivoso, jogadores e comissão técnica não tiveram coragem de encarar os poucos torcedores de frente, deixando o aeroporto, covardemente, pelo setor de carga. E como se não bastasse o alto risco que sete pessoas poderiam oferecer, o ônibus tricolor, aparentemente a única coisa nova que tem no Fazendão, foi escoltado por uma viatura da polícia.
Enquanto o protesto não sai das poltronas e das cadeiras, enquanto ele continua fixo na tela do computador, o Bahia segue descendo ladeira abaixo. Na ausência de associados e torcedores, a Bamor explicou, pelo próprio Twitter, que o curto espaço de tempo para organizar o protesto e o horário do desembarque, por volta das 12h30, atrapalhou a presença da fiel torcida.
Fonte: Tribuna da Bahia


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